segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um olhar sem sonhos

A violência e as atrocidades humanas têm sido expostas a cada dia nas mídias impressas e digitais. Tanto tem sido que temos nos acostumado, temos nos escondido na nossa pretensa vida boa e achado comum todo esse caos que vivemos. Muitas vezes, nem paramos diante de fotos chocantes de violência e catástrofes.

Entretanto recentemente uma foto me fez parar. Mostrava uma jovem de 17 anos, chamada Dzhennet Abdurakhmanova, suspeita de ter sido uma das mulheres-bomba que explodiram no metrô de Moscou, matando mais de 40 pessoas.



A foto mostra a inocência adolescente cercada pela personificação de seu oposto, duas armas, uma na mão da adolescente e outra na do noivo, morto pelas tropas russas na Tchechênia. Nosso imaginário traz outras fotos não somente de jovens rebeldes muçulmanos, mas de jovens nos morros do Rio com suas submetralhadoras, nas selvas da Colômbia, nas guerrilhas africanas e na região metropolitana de nossa cidade.

Tenho acompanhado há mais de 15 anos a juventude evangélica, tenho visto mais sonhos e desejos de viver do que o desejo de matar e morrer. Contudo, toda vez que me aproximo da juventude sem Cristo, adolescentes em situação de risco, vejo em seus olhos meigos como o de Dzhennet, capazes de sonhar e viver a inocência, a desesperança, uma desesperança que por medo, “perde o medo”, o medo de matar!

A Bíblia diz em Atos 2 que "nos últimos dias os jovens teriam visões e os velhos, sonhos".
Creio que as visões de um futuro melhor e o desejo de viver e gerar vida dos nossos adolescentes e jovens cristãos são liberados pelos “sonhos” de nós adultos. Enquanto nós não sonharmos, não poderemos liberar nossos jovens para transformar outros jovens, para terem “visões” de alcançar outros pares, amigos que não sonham, que não têm esperança, para que venham viver a vida plena em Cristo Jesus.

Tenho percebido a igreja adulta se abrir, “os velhos sonharem” (Atos 2). Como é bom chegar nos prédios das igrejas, em qualquer dia da semana e encontrar jovens usando salas antes inoperantes para fazer cursos profissionalizantes, encontrar adolescentes e jovens jogando bola no pátio e até muitas vezes uma pista de skate dentro do próprio salão de culto. Como é bom ver os jovens e adolescentes que seguem a Jesus levando outros a uma vida cheia de esperança e vigor no Senhor. Porque o amor “lança fora todo o medo” e quando amamos “sonhamos” e não temos medo de gerar vida.
Que possamos ter olhares que sonham e geram vida.


Pr. Marcos Paulo Ferreira
É pastor na Igreja Batista do Bacacheri (Curitiba-PR) nas áreas de Educação Cristã, Juventude Cross e adolescentes. Serviu como presidente e conselheiro da JUBACAP e JUBEPAR por mais de 10 anos.

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