segunda-feira, 2 de agosto de 2010

What's love got to do with it?

O título desse post é o nome de uma música da fabulosa cantora Tina Turner. Além de um baita vozeirão e o dobro de disposição que eu tenho com o dobro da minha idade, ela é um exemplo de superação. Quem assistiu o filme Tina, que fala sobre sua vida, sabe do que eu estou falando (se você ainda não assistiu, não perca a oportunidade!). Após apanhar de todas as formas possíveis e ser explorada pelo marido, ela decide dar um basta nas misérias de sua vida e dar a volta por cima. A tradução da música fala, basicamente: o que o amor tem a ver com isso?
A inspiração vem de seu marido, Ike Turner, que justificava sua violência dizendo que fazia tudo por amor...
Pensei nela porque ontem, na Terceira Igreja Batista em Curitiba, o pr. Temístocles Sacramento pregou sobre o amor. Mas não o amor que é citado, descrito por Paulo em 1Co 13 e que virou música na voz de Renato Russo em "Monte Castelo". Ele falou das coisas que as pessoas resolveram chamar de amor.
O marido espanca a esposa por amor.
A mãe aborta a criança por amor.
O namorado mata a amada por amor.



Esses três verbos em destaque podem ser relacionado com amor?
Diante disso, outra vez a pergunta: o que o amor tem a ver com isso?
São manifestações egoístas, sem respeito à vida humana, mas que são relacionadas com o amor, porque amor é coração e as coisas do coração não podem ser discutidas pela razão. Será? O mesmo Renato Russo cantou: "quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feiras pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"
A humanidade não aceita que o amor possa ser racional, por isso ele continua a ser a desculpa perfeita, inquestionável...
Será que algo para ser realmente amor deve ser sem razão, sem pensar, sem meditar?
Não vejo lógica nisso. Os três exemplos que eu dei também estão ligados à razão: o namorado, a mãe e o marido normalmente PREMEDITAM essas ações. Logo, por mais que eles chamem de amor, sim, a razão (deles) prevaleceu. Eles dizem que foi emocional, mas para se livrarem das penas relacionadas explicam, justificam, dão desculpas para seus atos. Nesse momento a razão aparece. E usam o amor como palavra atenuante, para tentar atingir o coração dos ouvintes e diminuir sua culpa. Nome para isso: manipulação...
Um sentimento que fere princípios básicos da vida, como o respeito, não pode ser chamado de amor.
Penso nisso pois acredito piamente que já agi assim. Quantas coisas temos chamado de amor, mas que na verdade são conveniências, desculpas e coisas do gênero? Quantas vezes usamos a palavra amor pra inocentar as pessoas que amamos de suas más atitudes? Creio que, dessa forma, estamos construindo um mundo pior a cada dia...

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