sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Agora é hora de escolher

Essa época de eleições é um tormento para mim. Tantas caras na TV, tantas vozes no rádio, tantos muros pintados, tantos panfletos jogados no chão... E nada de novo a ser dito.

Se você inovar, mudando o foco das promessas, não atingirá o público. Então o segredo é continuar no tradicional: água pra região seca do Nordeste, trabalho pro Brasil desempregado, industrialização pra região Norte, investimentos em educação pros mais jovens, dignidade para os mais velhos.

Não que essas não sejam as necessidades do nosso país. Mas até que ponto esses candidatos estão preocupados com isso? Quantos desses apenas querem poder e um gordo salário caindo na conta, sem se preocupar em ser demitido por faltar quando bem entender, e ainda ter seus gastos tolos pagos com o dinheiro do povo? E, se eles resolverem cumprir essas promessas, o que terão para iludir o povo na próxima campanha?

Quando vi que Tiririca é candidato a deputado federal, fiquei com muita raiva. Cheguei ao meu limite. Fiquei com raiva de um povo que não se importa com ele mesmo, que se faz motivo de piada, que condena as pessoas ao redor por acharem que escolher político é algo engraçado. Raiva também de um homem que faz piada para ganhar os votos dos que não se importam com nada, mas atrapalham a restauração e o desenvolvimento do país. É muito fácil fazer piada com os políticos, senhor Tiririca. O problema é que agora o senhor demonstra que os palhaços somos nós.

Quando penso nas vidas que foram doadas, sacrificadas na época da ditadura, dói mais ainda. Pais e mães de família que foram torturados, jovens que desapareceram sem deixar vestígios. Porões cheios de gritos e choros, paredes manchadas de sangue, o medo no ar diariamente. Penso nos que tiveram que fugir do país, deixando sua vida para trás para que tivéssemos o direito ao voto. Penso nas esposas, nos maridos, nos filhos que perderam maridos, mulheres, pais porque acreditavam que o sacrifício valeria a pena. E vejo pessoas votando em Clodovil, Tiririca e mais personagens da mídia, achando que estão votando nos candidatos acéfalos e inúteis do BBB.

Realmente o Brasil não é um país sério... O próprio brasileiro não se leva a sério. E escolhe candidatos que sabem que, se foram eleitos, é porque seus eleitores também não se levaram a sério. E não darão importância a essas pessoas pelos próximos quatro anos.

O povo se diverte transformando a política em circo, e os espertos se aproveitam disso. Um dos maiores exemplos é esse comediante. Mas somos nós no picadeiro. Esse é o sentimento quando vi a propagando eleitoral dele. Nem ao menos se dá ao trabalho de seguir a velha cartilha, de promessas de campanha... Pra mostrar que nem existe a intenção de fazer algo.

O povo caminha cada vez mais para a ignorância na era do conhecimento, escolhendo para si pessoas que os representarão na política. E acha isso engraçado.

E se diverte com a desgraça que atrai sobre si.

Mas nada disso é novo.

A política do "pão e circo" nasceu em Roma. O imperador sabia que se o povo estivesse alimentado e se divertindo, não daria trabalho. Era o povão que se divertia vendo os cristãos nas arenas, sendo torturados, devorados por leões. Esse era o seu circo.

Mas a escolha mais famosa do povo deu-se há quase dois mil anos atrás, quando foi consultado sobre escolher um inocente e um ladrão homicida. O povão ouviu os gritos dos manipuladores: "Soltem Barrabás, crucifiquem Jesus!" E mugindo como gado sendo tangido (pra variar) escolhe o pior, por simples diversão, gritando: "crucifica-o!"... O representante de Deus na Terra, seu Filho perfeito e único, foi pendurado numa cruz, porque o povo se deixou levar pelos poderosos manipuladores da época. E porque seus corações já eram maus e duros...


O incrível do amor de Deus é que o sacrifício de Cristo traria a promessa de perdão e vida eterna para nós. Promessa feita antes que fôssemos formados. Promessa de amor e de justiça. Não promessas humanas, interesseiras, falhas, impuras e que não se cumprem.

Não. Estamos falando de promessas do próprio Deus.

E essas promessas, querido leitor, tenha certeza de que Ele cumprirá...

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