O que tem substituído o desejo de conhecer a Bíblia de forma mais profunda? Por que vemos tanta gente analfabeta nas igrejas, sem condições de compartilhar suas crenças, sue conhecimento de Cristo, sem conseguir falar ao mundo a razão de sua esperança, como Pedro 3.15 nos exorta?
Tenho alguns pensamentos a respeito disso...
Sabe o que é hedonismo? É a busca do prazer como prioridade na vida. É o princípio do importante é ser feliz e ter prazer, não interessa se estiver ligado ao sexo desenfreado, ao consumo de drogas, à autoflagelação... O importante é fazer o que se tem vontade, não o que é certo. Até porque, na pós-modernidade não existe certo nem errado, existe “depende do ponto de vista”.
Mas por que essa busca é absurda do ponto cristão? Deus só quer que a gente sofra, que não tenha um momento bom nessa vida passageira?
Não, não é isso.
Deus quer que tenhamos uma vida feliz, sim, mas há princípios a serem respeitados. Essa coisa de “vale tudo” só vale na música do falecido Tim Maia, não no pensamento cristão...
Então vamos por partes...
Cristo veio ao mundo para morrer por nós, isso é fato, todo cristão sabe disso. O problema é muita gente resolveu ignorar o que Ele fez ANTES da crucificação. Antes desse momento derradeiro no plano de salvação, Jesus andou entre nós, como homem, para dar o exemplo de vida. Ele mostrou em diversos ensinamentos, em especial no sermão da montanha, que na maioria das vezes (sim, eu disse MAIORIA) em que seguimos nosso coração contaminado, falho, pecador, lazarento de rebelde, vamos desagradar a Deus.
Daí continuamos...
Uma criança não vai pra escola, toda feliz, para estudar. Ela vai obrigada. Mesmo as que gostam de ir pra escola pensam nos colegas e nas brincadeiras, não no estudo. Até aí tudo bem, estamos falando de crianças. Hoje me deparo com igrejas onde muitos, em especial jovens e adolescentes, encaram a igreja como se fosse sua casa ou sua escola. E demonstram toda a falta de seriedade com sua vida cristã...
Dessa forma, as pessoas só buscam o que dá prazer. E música dá prazer, claro. É com ela que lavar a louça fica menos insuportável, que limpar a casa fica um pouco menos cansativo, que a viagem parece mais curta, que o tempo passa rápido...
Opa, uma pista...
Aí entra o hedonismo. Vejo que o louvor tem sido encarado como a melhor parte do culto porque dá prazer e faz com que o tempo passe rápido. Dessa forma, parece que estar no templo é mais ou menos com ir ao dentista (nada contra os dentistas, apenas cito a metáfora mais utilizada para sofrimento, rsrs). Infelizmente é esse mesmo coração que abre a boca para cantar “é melhor um dia em teu altar que mil em outro lugar”.
Mas por que estudar a Bíblia não é encarado dessa forma tão “espiritual”?
Bom, voltemos à lembrança da criança na escola. Uma pessoa imatura só estuda porque é forçada, e mesmo assim as chances de não aprender nada são tremendas, pois não há envolvimento nem desejo de reter o aprendizado. É o que acontece na igreja. Vejo cristãos se embolando nos rudimentos da fé, no básico do básico, e me identifico com o escritor de Hebreus quando diz que eles já deveriam ser mestres pelo tempo que estavam na igreja, mas como se recusam a amadurecer, sempre tinha que ter alguém ensinando tudo de novo (Hb 5.12). E mais: os chama de crianças (Hb 5.13).
É por essas e outras que temos ouvido músicas que fazem qualquer teólogo, qualquer pessoa que leve a Bíblia a sério querer levantar e sair do templo. Heresias, filosofias contrárias à Bíblia e recheadas de “boa intenção” (que nada mais é do que meu ego e minha vontade camuflados de espiritualidade), que passam despercebidas porque a métrica da música é perfeita e a rima é boa... Gente imitando cantores da moda, até mesmo na choradeira na hora da música (sim, covers da Ana Paula Valadão). Outras, extremamente pobres, rimando “Jesus com luz”, demonstram jargões evangélicos de quem não tem nada a dizer por não conhecer a Escritura. E o pior é que esse lixo é escolhido pra cantar nas igrejas não por ter sido escolhido a dedo, por uma questão espiritual, mas simplesmente porque estão nas paradas de sucesso gospel... Estou admirada que ainda não começaram a cantar “Ai se te pego” no púlpito...
Mais ainda, estudar a Bíblia é aprender que tenho muito o que mudar
E para continuar com o mesmo pensamento, mas com um álibi perfeito, eu deixo a Bíblia de lado. E, como nosso ex-presidente, quando as coisas dão errado eu venho com a velha desculpa: puxa, eu não sabia...
Estudar a Bíblia é sinal de maturidade, de que o cristão não se deixa pela sua natureza carnal, mas que a sacrifica pelo que é correto diante de Deus. Que quer se aprofundar nos mandamentos de Deus, a ponto do Salmo 119 realmente ser verdadeiro em sua vida: uma declaração de amor à Palavra de Deus.
Carregar uma Bíblia é tão perigoso quanto carregar uma arma. Perigosa para mim, que fique bem claro, quando eu me recuso a me guiar por ela. Ela é cortante e apta para discernir pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Traduzindo: ela vai expor o que eu realmente penso. Por isso ela é perigosa para mim também: se eu não estiver buscando a vontade de Deus, vou ver, com todas as letras, o quanto estou desagradando a Deus. Então é preferível ficar na ignorância e ficar com as idiotices que me agradam e concordam comigo... Esse é o motivo que Paulo escreve para Timóteo: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos.” (2Tm 4.3).
Minha geração quer o mesmo sentimento da balada, das festas dentro da igreja. Mesmo que não assuma, qualquer pessoa que conhece o que se busca na balada reconhece essa busca na vida dos “irmãos” (Paulo me autoriza a usar aspas quando falo de pessoas assim). Um evangelho que prega a morte de si mesmo, a abnegação da minha carne, o carregar a cruz de Cristo, pagar o preço de seguí-Lo não é interessante, mas é único que salva. Fazer a vontade de Deus é trilhar o caminho a Ele... Já fazer minha vontade...
Bem, que descubram diante de Deus, naquele dia, o quando seu coração enganoso os afastou do Pai, mesmo batendo palminhas e fazendo coreografias na igreja, inda a confraternizações e encontros, mas acumulando poeiras
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