quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Namore um cara que lê




Publicado originalmente em Acepipes escritos.

Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.

Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.

Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.

Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.

Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.

Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.

Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.

E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.

Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.

Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.

Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.

Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.

Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Atentados contra a liberdade

O dia 11 de setembro é uma data que será sempre lembrada pelo povo dos Estados Unidos como o dia dos atentados contra as Torres Gêmeas em Nova York. Foi um atentado não somente contra civis inocentes, mas contra a própria liberdade.

11 de Setembro é também um dia de triste lembrança em outro país. Em 11 de Setembro de 1973, Augusto Pinochet liderou um golpe militar no Chile que impôs 17 anos de ditadura àquele país vizinho nosso.
De acordo com relatos oficiais, mais de 3 mil pessoas morreram ou desapareceram durante a ditadura de Pinochet. Um dos primeiros a perder sua vida foi o próprio Presidente deposto, Salvador Allende.
Allende, político socialista, fora eleito em votação democrática no Chile três anos antes. Ele preferiu morrer em meio aos ataques do golpe militar, a se entregar. Ele se alojou no palácio conhecido como “La Moneda” e lá morreu num ataque impiedoso àquele local que simbolizava o governo democrático do Chile.

Segundo relatos, Allende tinha o hábito de entrar e sair do palácio por uma porta lateral na Rua Morand, número 80. Não era a rampa oficial, nem um portão enfeitado e dourado. Era uma porta simples, que dava para uma rua comum.
Era a porta por onde Allende entrava e saía, não como presidente, mas, como cidadão qualquer, sem cerimônia – um chileno comum. Essa era a porta que Allende preferia.
Num ato cheio de significado, depois que o cadáver de Allende foi retirado pela porta da Rua Morand, o ditador Pinochet mandou lacrar aquela porta. Era uma tentativa de sufocar qualquer memória do regime democrático e da liberdade Chilena.
Com seus soldados, canhões e serviço secreto, o ditador Pinochet manteve aquela porta fechada. Ele também manteve o povo do Chile preso e oprimido com sua mão de ferro. Cidadãos comuns foram presos e torturados.
Outros desapareceram para nunca serem vistos pelos seus queridos. Todos que sofreram assim eram culpados da única falha de desejar e buscar a liberdade.
Por quase trinta anos a porta da Rua Morand, número 80, permaneceu lacrada. Ninguém abriu. Ninguém passou por ela. Mesmo depois que a ditadura de Pinochet acabou, as sombras de seu poder e o medo da sua influência continuaram a manter a porta da Rua Morand lacrada.

Mas, numa Quinta feira, 11 de setembro de 2003, a porta da Rua Morand, 80, foi reaberta. Apesar de demorar 30 anos, a porta que simbolizava a liberdade de um país finalmente foi reaberta. E por ela passou o presidente do Chile, Ricardo Lagos, num ato carregado de sentido que dizia para o povo do Chile – “estamos livres novamente.”
Livres da ditadura, livres da opressão, livres para escolher quem vai nos governar, livres para ir e vir.

A liberdade é uma das qualidades mais preciosas para o ser humano.
Revoluções e revoltas. As mais sangrentas batalhas e guerras da humanidade foram travadas para conquistar ou garantir a liberdade.
Uma das poucas coisas pelas quais o ser humano é capaz de lutar e dar a sua vida é conquistar ou defender sua liberdade.
Cerca de 1940 anos antes da reabertura da porta na Rua Morand em Santiago, Chile, outra porta foi reaberta.
Foi também um ato cheio de significado.
Foi também um evento marcado pelo derramamento de sangue.
Naquele local havia também uma porta fechada e lacrada. Naquela ocasião houve a preocupação de enterrar para sempre as esperanças de um povo.
Naquele dia também, parecia que a liberdade havia acabado. Parecia que o inimigo ganhara a batalha final.
Mas, não era assim.
E a resposta não demorou trinta anos. Apenas três dias.
Esses três dias pareciam talvez como anos para o pequeno bando de seguidores.
Para aqueles que viram seu senhor brutalmente assassinado e enterrado, parecia que não havia mais chance, nem de sonhar.
Mas, naquele primeiro dia da semana, as duas mulheres que foram ao túmulo cuidar do corpo de seu querido líder viram o lacre do túmulo quebrado, a porta aberta e encontraram um anjo poderoso, brilhando como um raio de sol, protegendo a porta aberta.

“Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que sobreveio um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos. O anjo disse às mulheres: “Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele jazia. Vão depressa e digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão.” (Mateus 28:1-8, NVI)

Se a reabertura da porta da Rua Morand simbolizou liberdade para o povo Chileno, muito mais a reabertura do túmulo de Jesus significa liberdade para o povo de Deus.
Liberdade do medo da morte.
Liberdade da condenação eterna.
Libertação das correntes do pecado.
Livramento da opressão do inimigo que quer nos destruir.

A liberdade é talvez o presente mais precioso que Cristo nos deu.
E é também um dos mais perigosos.
A liberdade traz responsabilidade e consequências.
A liberdade pode ser uma ponte para uma vida melhor.
Ou pode ser uma ladeira escorregadia para a destruição.

Se Augusto Pinochet, ou outro igualmente autoritário e dominador, quisesse se candidatar a presidente do Chile hoje, ele poderia.
E, se o povo Chileno esquecer as lições do passado e resolver escolher outro líder como Pinochet, eles têm essa liberdade. E eles sofrerão as consequências das suas escolhas.

Você já percebeu como a liberdade é ligada ao conhecimento?

Sem conhecimento você não está livre para usar um computador.
Sem conhecimento você não conhecerá a liberdade de dirigir um carro.
Sem conhecimento o trabalhador vive escravizado, o analfabeto permanece na ignorância, e o ditador continua mandando no povo, que não sabe que ele pode ser derrotado.
Mas, com conhecimento vem liberdade.
Ninguém sabia disso melhor do que Jesus.
“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32)

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”


Com conhecimento vem liberdade.
Com conhecimento que vem para nós por meio da Bíblia, nós estamos livres para escolher ser livres para a eternidade.
Com o conhecimento que obtivemos por meio de pregações e aulas na igreja, podemos alcançar a verdadeira liberdade.

Liberdade do pecado.
Liberdade da condenação eterna.
Liberdade para escolher viver no céu pela eternidade.
E liberdade para decidir o que fazer com este conhecimento.

Você está livre para ignorar as aulas e pregações, para desprezar material didático que a igreja e os irmãos fornecem e nunca mais olhar.
Você pode escolher o esquecimento.
Você pode se dedicar ao conhecimento doutras áreas da vida – contabilidade, computação, cursos de inglês, etc.
Ou, você pode escolher fazer algo com esta liberdade que recebeu.

Você pode decidir não deixar esse tesouro cair no esquecimento.
Você pode decidir compartilhar aquilo que recebeu com outros.
Você pode escolher encorajar outras pessoas a mudarem de vida como a sua foi mudada.
Você pode decidir seguir adiante com seus estudos na Bíblia.
Você pode aumentar e aprofundar seu conhecimento da Palavra de Deus.
Você pode chamar outras pessoas a conhecerem também o verdadeiro caminho da liberdade.
As decisões, as opções são suas.

Mas, eu quero lhe encorajar – faça bom uso da liberdade que você recebeu. Aproveite bem o conhecimento que Deus lhe deu.
Aproveite bem, porque há tantas outras pessoas lá fora cambaleando nas trevas da ignorância, presas pelas correntes do engano, acorrentados pela escravidão do pecado.
Você foi agraciado com o conhecimento que traz liberdade.
Aproveite bem este conhecimento e esta liberdade.
Jesus valorizou tanto o conhecimento porque ele sabia do poder libertador que traz.
Ele sabia que, uma vez que um povo soubesse como se libertar das correntes do pecado, da condenação eterna, do medo da morte, esse povo estaria livre para sempre.
Foi por isso que Jesus enfatizou tanto o ensino. Porém, para você continuar livre, você tem que agir.

“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32)

Qual a condição fundamental para continuar na liberdade em Cristo?
Você tem que permanecer na Palavra de Jesus.
Você tem que praticar, viver aquilo que você aprendeu.
Faça isso.
Compartilhe o que você aprendeu com outros.
Viva os ensinamentos de Jesus no seu dia a dia.
Chame outras pessoas a seguirem a Jesus também.
Fazendo isso você será um verdadeiro discípulo de Jesus, permanecerá livre da escravidão do pecado e ajudará outros a se tornarem livres para a eternidade.

Tudo isso é nosso pela porta que Jesus abriu.
Vamos passar por ela e nunca olhar para trás.


Extraído de "A porta que Jesus abriu", de Dennis Downing

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Namore uma garota que lê...




Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.

Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

Texto extraído do www.livrosepessoas.com

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Criação pós-moderna

Pós-modernidade?
Desculpe, mas tirando os aparelhos de última geração, sou avessa ao pensamento que descarta como lixo valores, ensinamentos e princípios modernos...




Criação pós-moderna?


TÔ FORA!


Viva a criação moderna!

sábado, 30 de julho de 2011

Chega de boa intenção...

Hoje está na moda ser filantrópico. Ou pelo menos parecer ser.
Tanto se fala em alimentar os pobres, mas tantos continuam desnutridos. Creio que os esforços não são suficientes. Tantas campanhas, tantas doações e ainda tanto a fazer. Segundo pesquisas do IBGE, cerca de 14 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
Será que não podemos fazer algo? Será que quando dizemos “não posso”, na verdade não queremos dizer “não quero”?
Igrejas, associações, ONGs. Estamos rodeados de pessoas que estão se preocupando com isso e tendo mais que boa vontade: estão tendo atitude.
Passamos anos de nossa vida ou vindo um ditado absurdo:
“não dê o peixe, ensine a pescar”.
Pode ser profundo para a sabedoria popular, mas não condiz com o pensamento cristão!
Já dizia Tomás de Aquino:
''quem está morrendo de fome deve ser alimentado, e não ensinado''.
Como ensinar quem não consegue se concentrar, por se sentir fraco, por não ter o que comer? Quantos estudos existem, provando que pessoas subnutridas tem déficit de aprendizado? É tão difícil compreender isso?
Claro. Ensine a pescar, diz o capitalismo, porque então você terá lucro com o trabalho, ao invés de apenas ter gasto alimentando o pobre. Fale das vantagens de investir em estudos, quando a criança apenas pensa na escola por causa da merenda. Merenda que, para vergonha nossa como brasileiros, muitas vezes é desviada e apodrece em barracões.
Hoje eu me revolto com as pessoas que se dizem cristãs e não se importam com isso...

Um dos maiores milagres de Jesus, que foi repetido por ele, foi a multiplicação dos pães e peixes. Jesus compadeceu-se dessas pessoas, e quando os discípulos apenas se preocuparam em dispensar as pessoas, Jesus confiou no Pai para ajuda-lo a alimentar os famintos. Ele não deu uma palestra sobre como tornar-se empregável, como conseguir um emprego dos seus sonhos. Não deu técnicas de como passar em uma entrevista e como se vestir para o emprego. Deus viu a intenção do coração de seu Filho e proporcionou o alimento para aproximadamente cinco mil pessoas, com apenas cinco pães e dois peixes.
Dizemos que não podemos matar a fome do mundo, mas não contribuímos com nem mesmo um quilo de alimento para ajudar os necessitados. Justificamos nossa negligência com o triste ditado já citado e comentamos sobre a falta do governo a respeito disso. Como é fácil falar sobre a fome, quando temos comida em nossa mesa...
É isso que eu sinto nesse momento. Sei que posso fazer muito mais. Sei que posso mudar, não o mundo, mas a realidade de algumas pessoas. O que falta é todo esse discurso, pronto, formatado, na ponta da língua, ser transformado em ação. Ação transformadora, que leve mudança à vida das pessoas carentes ao nosso redor.
“Ah, mas eu não tenho pessoas carentes perto de mim...” Ok, isso pode ser um fato, não uma desculpa. O conselho é: tome uma boa dose de realidade. Pense em como deve ser dormir com dor na barriga, por causa da fome. Em acordar pela manhã, com fraqueza a ponto de não ter ânimo de sair da cama. Levantar com tristeza, por não saber o que colocar na mesa para seus filhos, que olham para você com um resto de esperança no olhar. Uma esperança que ainda não foi consumida pela fome.
Pense nisso e passe em um supermercado. Compre uma cesta básica e leve a uma instituição séria. Creia que isso já vai fazer uma tremenda diferença na vida de alguém. Esqueça outro ditado: “uma andorinha só não faz verão”.
Mais do que uma andorinha, pense que para a família que receberá o alimento você será um anjo enviado por Deus. Basta tomar uma atitude...
Eu pretendo tomar...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

É tão estranho... Os bons (cantores) morrem jovens...

Pois é. No sábado, dia 23 de julho, morreu Amy Winehouse. Uma voz tremenda. Um sucesso. Um talento nato.
Uma burra.
Fico de cara como as pessoas ainda conseguem vender uma imagem de liberdade enquanto tomam atitudes extremamente autodestrutivas. E mais ainda por haver idiotas que caem nessa. No mesmo mês em que se completam 40 anos da morte de Jim Morrison (outra mula talentosa), mais uma cantora original morre por causa das drogas e joga sua originalidade no lixo.
Aliás, se envolver com drogas, além de burrice, é a coisa mais clichê que um artista da música pode fazer... "Ah, mas ela me ajuda a expandir minha mente e compor..." Claro... E depois você não vai conseguir nem colocar um sapato sozinho.
Trocas.
E nem um pouco inteligentes...
"Troque a vida útil do seu cérebro por cinco anos do sucesso".
Bom, para alguns isso é jogo. Como dizia Lobão: "é melhor viver dez anos a mil que mil anos a dez..."
Não concordo.
Quem vive a mil não vê a vida passar, na verdade não vive. Tudo se resume a lixo descartável e bagagem de mão, sem tempo (nem saco) para uma bolsa cheia de lembranças. E, no fim da vida, ao invés de um belo filme, com cenas e mais cenas se passando diante dos olhos, no máximo vai haver os créditos com falhas de um filme obscuro, em fast foward, com imagens borradas...

Não, não concordo.

Quero viver mil anos a dez.

Quero saborear a comida, sentir perfumes, olhar nos olhos das pessoas que amo, me espreguiçar no sofá e domir assistindo um filme. Quero curtir cada momento, ter tempo para gastar e me arrepender. Aprender novas coisas, ou mesmo apenas deixar o cérebro de molho por algum tempo...

Ter escolhas inteligentes, que acrescentem à minha vida, ao invés de roubá-la: isso sim é viver...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O louvor pós-moderno



O que se percebe nas igrejas, em relação ao louvor, é um desejo de padronização da adoração, para facilitar sua “identificação”, sua “classificação” ou mesmo julgamento por parte de líderes, ou mesmo da igreja como um todo. Ao pré-estabelecer os parâmetros de um louvor, para que este seja reconhecido e aceito pela igreja, busca-se a ideia de unidade ou nivelação espiritual, ambas enganosas quando surgem de um conceito de igualdade mais preocupado com a aprovação do público do que sua essência diante de Deus. Estamos lidando com uma geração que valoriza a estética e que prefere a aparência ao invés de uma análise de princípios e essência. Resumindo: desde que agrade, não importa a base, o fundamento, a intenção do trabalho.
Esse pensamento resulta da secularização de algumas áreas da igreja, pois o individualismo exacerbado e a necessidade de recursos cada vez mais modernos podem substituir, de forma tremendamente nociva ao corpo de Cristo, a verdadeira adoração, o reconhecimento da majestade e grandeza de Deus.
Aliás, essa é uma das características do “novo” louvor. Como a pós-modernidade enaltece o prazer, muitos ministérios de música têm se adaptado ao estilo da moda, imitando “ministrações” da cantora A ou do pastor B, por serem os formadores de opinião, mas na verdade apenas lançam moda. E sabe-se que a moda é algo superficial, passageiro e substituível ao menor sinal de tédio ou descontentamento. Por essa busca, há que se encontrar os melhores músicos, os instrumentos mais modernos, pois para que o público participe da adoração precisa haver qualidade no equipamento, mais do que compromisso com Deus.
Também é comum a transformação do momento de louvor em um show, trabalhado e desenvolvido para agradar ao membro, à pessoa que frequenta a igreja, mas não a Deus. Seu nome é utilizado como justificativa para grupos estarem à frente, mas muitas vezes não há intenção de oferecer a Ele (e somente Ele) o momento apresentado.
Quando se fala em louvor e adoração, automaticamente vem à mente o momento de cânticos da igreja, onde os mais jovens podem expressar de uma maneira mais contemporânea sua participação musical, normalmente mostrando o quanto sabe imitar, com todas as suas singularidades, o cantor gospel da moda. Isso é um engano, pois vemos em vários textos bíblicos que a adoração nunca se limitou ao ambiente da igreja, muito menos a um momento na liturgia, ou ao estilo de música, mas ao estado de reconhecimento da grandeza do Senhor, independente da situação e do lugar.
Cria-se o clima perfeito para induzir o povo a se emocionar, para atestar que Deus está se manifestando no lugar. Numa sociedade adestrada para evitar o ato de pensar, mas condicionada a fazer sua própria vontade na busca de atividades prazerosas, seleciona-se oportunidade, estilo e lugar para adorar a Deus, quando esta é a direção contrária à adoração espontânea.
Como adoradores, devemos ajudar a igreja a recuperar o foco no merecedor da adoração, Deus. Independente do equipamento, da técnica vocal. Cada membro, cada cristão, cada adorador não pode ter como base a estrutura humana para adorar, pois na ausência desta, todo o “clima espiritual” se vai e sobra a frustração e a quebra da conexão com Deus. Minha adoração não pode estar baseada no clima ao meu redor, pois muitas vezes, como vemos na Bíblia, em Salmos, nos momentos de angústia o salmista adora a Deus. Como, então, buscar o momento de paz, tranquilidade, estabilidade para então adorar ao Senhor?
Outro ponto importante, essencial para recuperarmos a identidade da igreja de Cristo, é reavivar o senso coletivo, tirando o foco da individualidade exacerbada e supervalorizada neste século, para que a adoração na igreja possa ser resultado de um grupo que se mantém buscando a Deus em um único pensamento, para então estarmos sincronizados em essência, não em formas e rituais.
Ao buscar a compreensão da essência, e não da forma, entenderemos melhor como nossa adoração genuína é destituída de ritos, fórmulas mágicas, padrões, mas que mesmo em meio às nossas diferenças se torna unificado diante de Deus. Da mesma maneira, ritmos e gostos pessoais, em momentos de reunião de várias faixas etárias, devem ser deixados momentaneamente de lado em prol da unidade espiritual da igreja. Resumindo: buscar evitar os extremos da pós-modernidade, que destruam o objetivo da igreja como Corpo de Cristo, criada para louvar a Deus.


Marielen Cordeiro

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Texto produzido por mim, para a disciplina de Louvor e Adoração, parte do programa do curso de Bacharel em Teologia, no qual me formo no final deste ano!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estudante consegue liberação da justiça americana e faz oração em formatura



Depois de ser proibida de falar sobre Deus em seu discurso de formatura, a jovem Angela Hildenbrand, formanda da turma de ensino médio de uma escola de Castroville (Texas, EUA), pode fazer uma oração assim que começou seu discurso.

A oradora do turma tinha sido proibida pela Justiça por um processo movido por um aluno de família agnóstica que moveu a ação baseada na Constituição dos Estados Unidos que garante a laicidade do Estado. Além disso, a família do garoto alegou que se na formatura a estudante oradora da turma falasse de religião, seu filho sofreria “danos emocionais irreparáveis”.

Na quarta-feira, 1 de junho, o juiz federal Fred Biery atendeu ao pedido da família agnóstica e proibiu Angela de fazer a oração. Essa decisão incomodou até o governador do Texas, Ricky Perry que deu apoio para que um recurso jurídico de emergência pudesse derrubar a decisão de Biery.

Na sexta-feira, 3, a Corte de Apelação anulou a proibição do juiz porque, no entendimento de seus magistrados, manifestações religiosas por parte de estudantes não podem ser consideradas como intromissão da religião no Estado.

Depois da oração a estudante enviou um recado para seu colega que não esteve presente na formatura. “Se você não quer se juntar a mim, fique à vontade para fazer o que acreditar que seja melhor”. E acrescentou: “Agradeço a Deus pelo apoio que recebi de toda a comunidade”.

A família agnóstica justificou sua ausência dizendo que ela não seria bem-vinda e também por temer a segurança, já que estava sendo alvo de comentários hostis.

Fonte: Gospel Prime

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Missionários mórmons posam para calendário sensual



A moda de criar calendários sensuais chegou agora às igrejas e resultou em excomunhão.
Chad Hardy, 31 anos, foi expulso por ter idealizado e colocado à venda um calendário sensual com missionários mórmons. O calendário "Men on a Mission" ,com 12 missionários sem camisa, custa US$ 14,99 e vendeu de 10 mil cópias.



O afastamento de Chad Hardy foi decidido por Frank E. Davie, chefe dos mórmons em Las Vegas, após uma reunião dos líderes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, religiosos em Las Vegas.


“Ele acharam que o calendário não era adequado. Não era essa a imagem que a igreja queria ter", contou Hardy numa entrevista à Associated Press.
Todos os missionários que fotografaram para o calendário serão submetidos pela igreja à reuniões disciplinares.

Hardy já foi missionário da igreja, entretanto ele reconhece que não era atuante desde 2002. Ele diz que sua inspiração foi um calendário de bombeiros.

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Ok, duas obervações:

1) Que imagem ele achou que iria passar?

2) Tem mais desses lá?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Diante das más notícias

Mais de um mês sem postar nada... Absolutamente nada...

Juro que nem parecia tanto tempo, até eu bater o olho na data da minha última postagem...
Essa coisa de ser constante deve ser dom. Mas aqui estoy de volta...
Muita coisa aconteceu desde a última postagem: terremotos e tsunamis no Japão, enchentes e deslizamentos na minha cidade nnatal querida (sou de Antonina, Paraná)... Ontem o ataque na escola do Rio de Janeiro chocou o país e o mundo e marcou com sangue nossa história.
Nesse momento em que faço uma breve retrospectiva para voltar a escrever, percebo o quando o mundo está em crise. Não que já não tivesse percebido antes, mas é assustador perceber que em um mês tantas catástrofes aconteceram.
O mundo se pergunta se já é o seu fim. Filmes catastróficos (tanto em relação ao tema quanto a produção) são feitos aos montes, levantando dúvidas se seremos destruídos por meteoros, tsunamis, bombas atômicas ou ETs cabeçudos e com voz anasalada...
Se pensarmos no conceito de mundo que a Bíblia combate, o mundo corrompido, profano, inimigo de Deus, hedonista, imoral, da injustiça e do medo, da dor e do sofrimento, das lágrimas e da solidão... Sim! Ele está chegando ao fim! A sua destruição está próxima! Ele e tudo o que ele representa...

Mais do que isso, é o fim de uma parte da história, que começou no Éden com um ato de rebeldia do primeiro homem, resultando em sua separação de Deus. Essa história vem permeada de manifestações tremendas de uma iniciativa divina de resgate do homem. Um amor desesperado que chegou ao ponto de sacrificar o único ser perfeito, em prol dos que o açoitavam e cuspiam em seu rosto. Por pessoas que crucificaram alguém que falava em amor, cobrava atitude diante das injustiças, curou doentes e expulsou demônios, mas que em nossa sociedade só serve para alavancar vendas em datas comemorativas ligadas ao seu nome. Apenas ligadas, pois a essência perdeu-se para nunca mais ser resgatada...

Os últimos acontecimentos me entristecem, me fazem chorar. Não há como não chorar ao pensar em minha cidade e sesu desabrigados, assim como nos japoneses que, a exemplo do ataque com bombas atômicas na II Guerra, novamente se vêem desesperados diante de uma força contra a qual não há resistência. Não há como não se colocar no lugar de pais e mães que perderam seus filhos numa chacina dentro de uma escola, local onde sempre creram que seus filhos estavam seguros. Imagino pais que devem estar lembrando das palavras de preguiça de seus filhos: "ah, mãe, hoje eu não quero ir" e não atenderam esse pedido, pois era o mesmo, igual a tantos dias, sem saber que esse seria diferente de tudo o que já viveram... Se alguma pessoa consegue ficar impassível diante disso tudo, seu coração já parou de bater há muito tempo. Você apenas não percebeu...

Não sabemos quando poderemos encarar momentos aterrorizantes como esses. Não temos certeza de segurança nesse mundo...
E é disso que a Bíblia trata: buscar segurança em outro mundo. Um mundo espiritual que está sendo construído ao longo dos séculos, para onde iremos num futuro próximo. Num lugar onde o mal não existirá... Diz a Palavra de Deus:

"Ele enxugará dos olhos deles toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor..." (Apocalipse 21.4)

Todos sonham com um lugar assim. Tão bom que até parece mentira. Mas não é. Pode acreditar...

Como fazer isso? Eis o modo: pegue uma Bíblia, abra no Evangelho segundo João, no capítulo 3 e entenda como adquirir sua passagem ao mundo perfeito de Deus...


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Enquanto isso, no Egito...



Colaboração da minha amigona supergêmea Gil, me fazendo rir com essa foto sem noção, =)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A pós-modernidade me enganou

Sinto-me traída. Desrespeitada. Tudo por culpa da pós-modernidade .
Ela chegou de mansinho, manifestou-se inicialmente de forma brilhante, com uma aparência inovadora. Parecia ser a realização dos meus sonhos, de ver conceitos e idéias evoluindo de forma promissora e ajudando o mundo a ser um lugar melhor e as pessoas a serem mais conscientes.
Mentira.
Ao analisá-la, vejo que o que ela faz é olhar pra mim e dizer que todos os conceitos nos quais fui criada (e bem criada, diga-se de passagem!), e que são base para o que sou hoje, devem ser deixados de lado. E quando ela me diz isso, me ofende, pois se ela considera que seguir o conjunto desses conceitos é algo falido, ultrapassado, arcaico, então eu sou uma criatura falida, ultrapassada e arcaica! E posso garantir que não sou. Passar esses conceitos para frente, então... Logo será motivo para ficar trancado numa cadeia... E qualquer um sabe isso está mais próximo do que se imagina...

Ao invés de ser uma pessoa bem resolvida e firmada em pilares, devo ser uma criatura híbrida sem definição moral de nada. Como se tudo o que sempre foi preto e branco na minha vida fosse obrigado a ser degradê. Claro que o degradê é bonito, mas serve para que?

Aliás, pesquisando no Google (oráculo), descobri pelo Dicionário Houaiss que degradé significa "o mesmo que degradação, no sentido de modificação gradual de matizes..." Isso porque esse processo retira os limites entre uma cor e outra. Mas a palavra me diz outra coisa: degradar.

Isso mesmo. Degradação. No sentido social, moral, mental.
Confundindo tudo e eliminando limites que sempre me protegeram, e que para isso muitas vezes me disseram "não". E enquanto agradeço por cada "não pode", "isto é errado" e outras expressões de cuidado e orientação, a geração que se levanta rouba poe esporte, agride professores e mata os pais por serem eles obstáculos para sua desenfreada busca pela satisfação da própria vontade.
Essa pós-modernidade cria pessoas que ignoram o passado. Conquistas, descobertas, análises, tudo não passa de coisa velha, descartada, substituída por muita informação inútil, que apenas apóia o hedonismo, mais nada. Muita informação para praticamente nenhum uso. Uso útil, pois servem em sua maioria para popularidades efêmeras e distorções sociais. As espirituais, então, poderiam tecer um script para um bom filme de terror. Abrindo mão de Deus, por achá-lo uma concepção velha guarda, não entende a vanguarda que buscam, nem fazem idéia do que estão semeando em suas vidas.



Sinto-me decepcionada com tudo isso. Nossas mídias evoluíram, mas são usadas para disseminar notícias estúpidas, ensinamentos absurdos, teorias ridículas. O desejo de se libertar dos modelos antigos, muitas vezes descontextualizados em sua FORMA comete o erro de, como diria o ditado inglês, "jogar a água da banheira com o bebê dentro".

Não posso deixar de lado o que foi e é a essência dos meus pensamentos, das minhas atitudes. Se eu abrir mão de tudo isso não me sentirei pós-moderna. Vou me sentir vazia, superficial, fútil, volúvel, manipulável. Sem expressão. Sem valores. Sem princípios, sem rumo.

Aliás, essa é uma das características pós-modernas: velocidade, sem saber para onde quer ir. Quando Alice, no conto de Lewis Carroll, pergunta ao gato o melhor caminho, ele pergunta: "E para onde você quer ir?" Quando ela responde, dizendo que não sabe, ele finaliza: "Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve." Se o gato fosse pós-moderno, diria: "não tem problema, vá pra qualquer lugar, desde que você esteja feliz..."
Qual o rumo que a sociedade está tomando, se ignora as instruções mas pisa no acelerador?
Diante do abismo, com certeza não teremos tempo para frear...
Mesmo enfeitada e sorrindo, cairá vertiginosamente sem tempo de refletir no que errou...



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Se Harry Potter fosse brasileiro



O Rony se chamaria Ronyscleidson Wesley da Silva, e teria entrado em Hogwarts pelo PROUNI .

Quadribol seria narrado pelo Galvão Bueno, gravado no Morumbi, e existiria tráfico de poções alucinógenas.

O ‘Chapéu Seletor Falante’ seria um boné de aba reta.

Tiririca seria Ministro da Magia.

A banda preferida de Lord Voldemort seria INIMIGOS DO HP.

Hermione estaria grávida no segundo filme.

Grifinória, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal seriam escolas de samba.

A escola Hogwarts estaria de greve.

Os filmes seriam “A Pedra do Crack”,”A Câmara de Gás”,”O Prisioneiro do Carandiru” “O Cálice Ou Eu te Mato”.

O Torneio Tribruxo iria virar uma micareta de 3 dias com bebida liberada.

Dolores Umbridge seria Dilma Rousseff.

A tia dos doces no trem a caminho de Hogwarts estaria sempre dizendo ‘eu podia estar matando, roubando..."

A Murta que Geme seria a Joelma do Calypso.

O lobo Greyback Fenrir seria interpretado por Tony Ramos.

Dumbledore teria um papagaio, ao invés de uma fênix.

O Beco Diagonal seria na 25 de março (SP).

Galvão Bueno narraria os jogos de quadribol.

Harry Potter não teria uma varinha, mas sim, um revolver calibre 38!

Harry teria de pagar IPVA de vassoura!

Os personagens não precisariam de magia nas paredes do metrô... Lá já estaria um buraco a disposição.

A cicatriz de Harry teria sido resultado de uma bala perdida e não de feitiço.

Varinhas seriam produzidas com madeira roubada.

Varinhas “piratas” seriam vendidas aos montes em barraquinhas no Beco Diagonal.

Hogwarts seria a FEBEM; Azkaban, o Carandiru; Voldemort, o Fernandinho Beiramar e a Ordem da Fênix, o BOPE.

Compraria a Nimbus 2000 nas Casas Bahia, em 24x sem juros, com primeira parcela para 2011!

Harry seria capturado por vários religiosos e devidamente queimado em uma fogueira!

Haveria o bolsa-varinha, bolsa-caldeirão, bolsa-coruja, bolsa-vassoura, etc...

Voldemort seria o comandante do PCC!

A cerveja amanteigada seria uma Skol ou uma Brahma.

A cabana de Hagrid já teria sido reformada pelo Gugu ou Luciano Huck.

A série de livros seria transformada em novela da Globo.

A Floresta Negra já estaria 75% desmatada.

O Hagrid seria interpretado pelo Faustão!

Os integrantes do filme não seriam bruxos, mas sim, macumbeiros.

A prisão de Azkaban estaria super lotada.

O pó de flú seria para “outras viagens”.

Hermione iria participar do programa Soletrando.

A numerosa família Weasley poderia viver de Bolsa-Família.

Os N.O.M.s e N.I.E.M.s (provas importantes nas escolas de magia) seriam facilmente cancelados devido a erros de impressão.

Aprenderia “A magia de sobreviver com um salário mínimo”.

Em Hogwarts, faltariam professores, materiais didáticos, cadeiras(?!) e Dumbledore daria um jeitinho para desviar verbas do ministério de magia destinadas para a educação.

Cruciuatus seria a maldição imperdoável preferida do Cap. Nascimento; Impérius, a da Rede Globo.

Edwiges não seria uma coruja, mas sim, uma pomba.

O professor de defesa contra a arte das trevas seria o Cap. Nascimento.

Caso Neymar estudasse em Hogwarts, arranjaria uma maneira de expulsar o diretor Dumbledore.

Voldemort e Harry seriam convidados para participarem de Casos de Família (Christina Rocha) ou o Programa do Ratinho.
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Recebi esse e-mail da minha prima Alessandra e me acabei de rir com as comparações. Contextualização é tudo!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Polishop e a igreja

Olha, a propaganda é a alma do negócio.
Passando pelos canais de TV, acredito que todos já ficaram alguns minutos assistindo as invenções fabulosas do canal Polishop, pensando que realmente a sua vida nunca fez sentido porque você não conhecia os aparelhos de última geração vendidos pelo canal...

"Emagreça com o grill do George Foreman!"
De repente, raciocino que meus quilos a mais não são resultado de uma alimentação absurda, baseada em frituras, conservantes e muita inércia como cobertura, mas sim porque não tenho o grill do George Foreman.
"O AB Shaper substitui TODOS os aparelhos de uma academia."
Porque as academias não se enchem daquele troço e pronto? Pra que leg press, supinos e coisas do gênero?
"Seu cabelo não é rebelde, já é anarquista?"
Compre a escova trá lá lá, que gira 300 mil voltas por minuto, com a mesma intensidade de uma furadeira." E novamente me pergunto: porque os profissionais da beleza preferem ter L.E.R. de tanto fazer os mesmos movimentos escovando cabelos ao invés de comprar os maravilhoso aparelho que alisa até bombril?
"Emagrecer é coisa do passado!"
Use o modelador por baixo de vestidos, calças e pareça magra!" Eles só não dizem o que a mulher vai fazer quando for processada por propaganda enganosa, quando perceber-se tudo o que etsá espremido naquele instrumento de tortura...

THE question: porque essas coisas, tão maravilhosas e com tantas promessas, não substituem as nossas velhas e tradicionais maneiras?

Simples: nem tudo pode ser substituído por fórmulas mágicas. Sem contar que nossos olhos brilham porque tudo o que nos é oferecido tem as palavras mágicas da pós-modernidade: sem esforço, menos tempo, com a maior facilidade...

Trazendo isso para a vida espiritual, vejo que algumas igrejas resolveram adaptar a mensagem Polishop no desenvolvimento espiritual. Até imagino a propaganda:

"Está cansado de ir na Escola Bíblica Dominical, tendo que abrir a Bíblia e aprender o que está escrito em 66 livros? Não aguenta mais esse papo de santificação, que parece uma dieta, cortando tudo o que é gostoso e deixando só o que é saudável e sem graça? Os seus problemas acabaram! Chegou o kit crente-poderoso!
Depois de confirmado o pagamento, você recebe seu kit crente-poderoso contendo: sal grosso, água ungida, sabonete ungido, toalhinha ungida e um livrinho cheios expressões crentes para parecer espiritual! E não perca a promoção: ligando agora, você recebe seu certificado de dizimista fiel, assinado por Jesus. Não perca a oportunidade de ser crente sem precisar entender o Antigo Testamento. Deixe as várias cartas de Paulo de lado e economize tempo para ir ao cinema, pescar ou viajar!"

Sinceramente?
• Sal grosso só teria sentido pra mim se o capiroto tivesse pressão alta;
• Água ungida: se você assistiu Sinais, com o Mel Gibson, sabe o quanto a água pode ser útil nos momentos de tensão e medo no encontro com seres sobrenaturais;
• Sabonete: nada irrita mais o diabo do que um crente de corpo limpo! O espírito? A gente cuida outra hora!
• Toalhinha ungida: lembre-se que uma toalha usada por um "pastor-de-santo" é mais santa;
• Certificado de dizimista fiel: assim como seguro e plano de saúde, só usufrui da "bença" quem tá com as prestações em dia, claro!

Claro que a Bíblia mostra que essa situação não é nova nem original:
"Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e lhes disse: "Está escrito: 'A minha casa será chamada casa de oração' mas vocês estão fazendo dela um 'covil de ladrões'..." (Mateus 21.12,13)


Estamos nos acostumando a essa situação... Muitos não conseguem entender o que se passou no coração de Jesus ao dar de cara com os vendedores no templo... E esquecem que ele não mudou de opinião...

=S

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Contextualizando

"Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. Eles disseram: - Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso? Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles: - Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!



Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. Então Jesus endireitou o corpo e disse: - Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você? - Ninguém, senhor! - respondeu ela. Jesus disse: - Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!" (João 8.1-11)

É claro que o esperado era Jesus meter o dedão na cara dela e chamá-la de perdida, pecadora, sem vergonha e todos os adjetivos moralistas. Pelo menos eu acho que era isso que os discípulos esperavam.
Mas não.
Vemos um Jesus que era tremendamente inteligente. Bom, mesmo em forma humana, Ele ainda era Deus. Na limitação que este corpo e esta mente possuem, Ele ainda era Deus.
A pegadinha da coisa era que se Ele falasse "não façam isso, vamos perdoar, faça amor não faça guerra" (como muita gente acha que era o discurso Dele), Ele estaria desobedecendo a lei dada a Moisés e estaria sendo um rebelde, um herege e também seria condenado. Mas se Ele gritasse "taca pedra na Geni", Ele também responderia, porque estava sob o domínio romano e só Roma tinha poder pra tirar a vida de pessoas.

Mas não era só isso. Essa passagem não se refere apenas a escapar de armadilhas. Era uma mensagem de amor e perdão.

Creio que Jesus ficou com o coração triste ao ver a situação daquela moça. Ao examinar o que se passava naquele momento, Ele deve ter lido em seu rosto a vergonha, o desespero, o medo. As marcas que ela carregava no corpo e na alma. As tristezas, decepções, desilusões. A falta de perspectiva na vida e a falsa segurança da ideologia de "apenas aproveitar o momento". E na sua resposta aos homens que a acusavam, Ele oferece perdão e amor.

Note: PERDAO e AMOR.

Não apenas amor. Ele não foi apenas bonzinho. Não a tratou como vítima. Não passou a mão na sua cabeça e disse: vamos esquecer tudo isso.

Houve também palavra de correção: vá e não peque mais. Vá e não faça isso novamente.
Implícito: eu te amo, mas o que você faz é errado.
Palavras de correção e amor de um pai.

A nossa sociedade não entende o que é receber o perdão porque não reconhece que erra. Tudo é conveniente, tudo é ponto de vista, tudo é relativo. Mas no fundo, não tão no fundo, sabe que debaixo de todas as justificativas, de todas as fugas, de todas as desculpas, existe a certeza de que erramos conscientemente. Esses erros chama-se PECADOS.
Eu posso receber amor de Deus sem me arrepender?
Não exatamente. Abrir os olhos pela manhã, uma família que me ama, ter o alimento na mesa, um emprego que me sustenta, tudo isso é fruto da misericórdia de Deus que se renova a cada manhã. Mas isso não quer dizer que estou usufruindo esse amor. É como se eu vivesse de amostras grátis de um produto que eu adoro, mas sem comprar a embalagem normal porque não quero pagar o preço estabelecido.

Deus nos oferece o perdão de nossos pecados através de Jesus. Jesus não odeia os mentirosos, os ladrões, as prostitutas. Ele odeia o que eles fazem, porque os afasta Dele. Ele veio à terra para nos dar exemplo de como Deus quer que vivamos. E hoje o mundo ao nosso redor perdeu os princípios, os parâmetros, o caráter e diz que você pode personalizar tudo, até Deus. Você pode montar o seu Deus particular como quem monta o senhor Cabeça de Batata.
Uma característica agradável a mim daqui, outra dalí e o deus que eu consigo é um recorte particular, feito à minha imagem e semelhança. E é claro, como um pai idealizado por crianças e adolescentes, é legalzão, aceita tudo o que é feito e nunca corrige.

Hoje a mulher simplesmente poderia responder a Jesus: "peraí, mas eu não pedi perdão de nada! Quem você pensa que é pra vir me falar de perdão? Eu sei o que eu estou fazendo, quem decide a minha vida sou eu! Fica na tua ou eu te processo por discriminação!"
As pessoas querem amor.
Não querem perdão.
Não querem reconhecer que erram.
Uma pena...
Deus já sabe onde esses erros vão levá-las. Por isso enviou Jesus para resgatá-las.
Mas elas preferem pagar o preço.
Pena que ainda não compreenderam o preço que foi pago por elas, numa cruz, há muito tempo atrás...



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Moldando (e sendo moldada) em 2011

Sabe o cara que faz vasos, com aquela mesinha giratória? Chama-se oleiro e a mesinha é a roda.
Moldando o barro, ele decide o formato que vai dar ao vaso e, pela sua experiência sabe onde pressionar para dar a ele a forma desejada.
O profeta Jeremias (meu profeta favorito!) usou essa imagem para ilustrar a vontade de Deus em nossa vida.
“O Senhor mandou-me a seguinte ordem:
‘Jeremias, desce à casa do oleiro e ali te darei a minha mensagem.’ Quando lá cheguei, encontrei o oleiro a trabalhar na roda. Quando um utensílio de barro saía imperfeito, ele amassava o barro de novo e fazia algo diferente. Então o Senhor disse-me: ‘Será que não tenho o direito de agir com o povo de Israel como o oleiro procede com o barro? Vocês estão nas minhas mãos como o barro nas mãos do oleiro.’ (Jr 18.1-6)


Hoje estou na roda do oleiro.
Não é confortável. Não é prazeroso.
É necessário.
Confesso que durante muito tempo fugi desse momento. Claro que disfarçadamente. Fugi de uma forma que, aos outros, até parecia espiritual.
Tinha minhas filosofias. Minhas justificativas teológicas. Minha experiência de vida, acumulada em tantos anos de vivência.
Cada um desses elementos correspondia a quilômetros de distância da vontade de Deus para minha vida. E de certa forma também me afastavam de Deus.
O problema hoje é que estar nas mãos do oleiro significa muitas coisas. Apesar de saber que é para o meu bem, sinto muitas coisas se agitando dentro de mim de uma forma que nem sempre eu consigo lidar.
Ao rodar na mesa, percebo que não sou eu quem escolhe a direção nem a velocidade da mesa, é o oleiro. E o oleiro é Deus. Não que eu não confie nas Suas escolhas. Mas o desejo de dar a minha cara, o meu formato à minha vida é muito forte. Minhas escolhas nem sempre são as mesmas de Deus. Ok, a verdade é que dificilmente estão de acordo com Deus. E nessa hora em que Ele me gira, Ele molda de acordo com Seus planos. E aos poucos devo abrir mão dos meus. O que fazer com aquelas listas de resolução de Ano Novo, com os planos e sonhos, com os projetos e tudo o mais? Simples. Ponha nas mãos Dele. Ele saberá o que fazer. Sempre.

Mas continuar na mesa me deixa tonta. Com tudo girando, não consigo enxergar nada claramente. Tudo perde o foco, perde a lógica. E quem me conhece sabe o quanto isso me afeta. O quanto me irrita. Só que Deus não segue a minha lógica (obrigada, Senhor!). Se os planos Dele são diferentes dos meus, é claro que o processo também. E sabe quando eu vou ter o entendimento Dele, pra acompanhar Seu raciocínio? Nunca, nunquinha. Claro que é mais fácil em minha insignificância olhar para Deus, puxá-Lo para perto de mim e dizer: “mas, Senhor, raciocine comigo...” Pretensão pura. Querer que Deus atue de acordo com os meus modos de ver as coisas, que Ele veja que são melhores que os Dele. Certo. Então virei Deus? Se Watson ensinando Sherlock Holmes já é uma coisa absurda, imagine esta mortal chechelenta querendo ensinar Deus...

Por último, reconheço que o problema não é não gostar do resultado. Eu sei que Ele fará algo lindo com este barro sem vergonha. Humanamente falando, o palhaço pega uma bexiga e faz um cachorrinho, uma bicicleta e mais um monte de coisas. Deus pegou o nada e fez esse mundo que nos rodeia (que é lindo, nós é que o estragamos). Creio, sim, que desta matéria prima falha Ele conseguirá fazer alguma coisa. Nem que seja patê.
Esse processo é doloroso porque devemos abrir mão de nós mesmos para que o Pai tenha livre acesso ao comando. E isso não é fácil. Entregar o controle nos amedronta. Entregar o mouse, a senha do banco, a chave de casa, o carro... Fizemos nossas escolhas nossa vida inteira, tomando as decisões. Como deixar de fazer isso sem sentir nada?
Deus entende que eu não vou passar por esse processo com aquela cara de santa feita de gesso. E nem impassível como ela. Não vou ter aquela utópica serenidade, impossível aos padrões humanos. Eu vou chorar (como já chorei), vou sentir raiva, vergonha. Vou querer desistir, achando que não adianta, que já não há mais jeito pra mim. Assim como um dependente químico durante a recuperação.
Mas assim percebo que o meu ego é igual à droga, me aprisionando e me arrastando para um lugar que eu não escolho, nem reflito, apenas obedeço. E assim como a droga, ele não escolhe um bom lugar ou um futuro brilhante. Apenas Deus deseja isso pra mim. E só Ele pode me dar.

Um versículo bíblico que tem me acompanhado durante muito tempo é “aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus.” (Salmos 46.10). Você pode ler essa frase de várias maneiras. Depende de como Deus quer falar com você. Comigo, vejo Deus me avisando: fique quieta. Ele sabe como isso é difícil pra mim e que é complicado obedecer. Em segundo, vejo um tremendo destaque ao pronome EU. É Deus me falando: Eu estou no controle da coisa, não você. Mas não são palavras duras, com dedo apontado na minha cara, me empurrando para fora da sala Dele ou mostrando a palma da mão para que eu cale a boca. É como um pai me colocando no colo, avisando que Ele cuida de mim e que eu não tenho com o que me preocupar, apenas fazer o que Ele quer que eu faça.

Hoje vejo o Pai me chamando de novo pra botar a conversa em dia.

Eu peço que 2011 seja um ano diferente. Mas não tem como ter um ano diferente sem deixar os péssimos hábitos para trás. Somo seres condicionados e largar os costumes é algo difícil. Mas necessário.
O que me alegra é saber que tudo isso vai ser preparação para um novo ano. O que Deus me reserva? Não sei. E novamente lembro-me de Paulo, citando o profeta Isaías, ambos na mesma confiança em Deus:
“mas, como está escrito: nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam.” (1Co 2.9)

Que 2011 seja o ano da mudança. Não apenas ao meu redor. Em mim. Nos padrões de Deus, para fazer a Sua vontade, que é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12.2). E com certeza, melhor que a minha.

=)