quarta-feira, 29 de agosto de 2012
A espiritualidade da vergonha
terça-feira, 14 de agosto de 2012
O Jesus que nos desaponta
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Sobre a Marcha das Vadias
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Meu direito de ser triste
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Tome cuidado com o contexto
Já se perguntou porque os pregadores e estudiosos bíblicos dão tanta importância ao "contexto" de cada passagem na Bíblia? Na verdade, tomara que dessem mais importância! Nesta breve reflexão, D.A. Carson, um dos maiores intérpretes da atualidade, usando apenas o exemplo de José em Gênesis 39, revela o quanto se pode extrair de um texto bíblico apenas considerando o contexto. Se a reflexão lhe ajudou, por favor, copie o link no final e passe adiante.Hoje em dia a maioria de nós já estamos familiarizados com vozes “pós-modernas” que advogam significados abertos. Isso quer dizer, significados que, no final das contas, você ou sua comunidade interpretativa “descobrem”. Isso não é necessariamente o significado que está no texto, e nem necessariamente o que o autor original quis dizer.Não é nenhuma surpresa que quando essas vozes pós-modernas se voltam para a Bíblia, elas com freqüência são atraídas pelas porções narrativas, uma vez que estas geralmente são mais sujeitas a diferentes interpretações do que um discurso. Admitamos, narrativas são comumente tiradas de seus próprios contextos nos livros nos quais elas foram encaixadas, e são postas isoladamente.Sem as limitações contextuais, as possibilidades interpretativas parecem se multiplicar, o que é, claro, o que os pós-modernos querem. As narrativas têm outras virtudes: são evocativas, afetivas, imaginativas, memoráveis. Entretanto, a menos que se tome cuidado, são mais facilmente mal interpretadas do que passagens discursivas.De fato, narrativas curtas não só devem ser interpretadas dentro da estrutura do livro no qual se encontram, mas dentro do próprio corpo literário, e finalmente dentro do cânon. Considere, por exemplo, Gênesis 39, o relato dos primeiros anos de José no Egito. Uma pessoa pode ler a narrativa e extrair dela excelentes lições em como resistir a tentações (p.ex. José se refere ao pecado sexual para o qual ele foi tentado pela esposa de Potifar como “um pecado contra Deus”; não era apenas uma mera fraqueza ou defeito. Ele evita a companhia da mulher; diante da cantada, ele considera sua pureza mais importante para ele do que seu futuro). Porém, uma leitura cuidadosa dos versículos de abertura e fechamento do capítulo também mostram que um dos pontos mais importantes da narrativa é que Deus está com José e o abençoa mesmo no meio das circunstâncias mais amedrontadoras: nem a presença de Deus, nem a bênção de Deus estão restritas a um estilo de vida feliz.Agora, leia o capítulo no contexto da narrativa precedente: note que Judá se torna o contraste de José. Judá foi tentado em circunstâncias de conforto e abundância, e sucumbe ao incesto; José foi tentando em circunstâncias de escravidão e injustiça, e manteve sua integridade.Depois leia o mesmo capítulo dentro do contexto do livro de Gênesis. A integridade de José está atrelada com o meio pelo qual Deus providencialmente provê alívio da fome, não somente para milhares, incontáveis pessoas, mas para o povo da aliança de Deus, em particular.Em seguida, leia dentro do contexto do Pentateuco. A narrativa é parte da explicação de como o povo de Deus termina no Egito, o qual levou ao Êxodo. Os ossos de José são levados quando o povo deixa o Egito.Amplie o horizonte agora para encaixar-se no cânon como um todo: de repente a fidelidade de José em questões pequenas é parte da sabedoria providencial que preservou o povo de Deus, levou ao êxodo que serviu como um tipo de uma libertação ainda maior, e finalmente que chegou ao filho distante de Judá, Davi, e por sua vez a um filho seu mais distante ainda: Jesus!Então, embora possa ser mais apropriado aplicar Gênesis 39 simplesmente como um relato moralizador que nos conta como lidar com a tentação, a perspectiva que se ganha ao considerar um contexto mais amplo revela múltiplas vantagens de se ter mais conexões e significados que leitores (e pregadores) atentos não devem ignorar.
D. A. Carson
Extraído de: www.iluminalma.com
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Hoje não... E nem nos outros dias...
2. Ouça alguns fragmentos de música clássica, o suficiente para criticar qualquer uma delas, com qualquer pessoa que encontre à sua frente.
3. Leia a orelha e a contracapa dos livros que encontrar na livraria mais próxima, e critique-os junto dos amigos, com cara de quem leu os livros na íntegra.
4. Vá ao dicionário (ou à wikipédia) e procure as dez palavras com maior número de sílabas que conseguir encontrar. Empregue-as avidamente.
5. Se não quiser ter o trabalho de memorizar as dez palavras, utilize o máximo possível de estrangeirismos. Para este efeito dê preferência a alocuções latinas, francesas e inglesas, pela ordem.
6. Utilize o máximo possível de palavras terminadas em “ismo”, tais como “interpretatismo”, “conceitualismo”, temperismo” e outras, mesmo que não signifiquem coisa nenhuma.
9. Comente as notícias dos telejornais dos canais estrangeiros, da TV a cabo. Qualquer que seja a besteira que você diga ninguém vai notar, pois seus amigos (como você) nunca assistem a esses noticiários.
10. Fale de tudo sem dizer coisa nenhuma, com o ar de quem é o maior perito do mundo no assunto sobre o qual falou.
11. Regra de ouro: Critique, critique, critique... Lembre-se de um ditado muito utilizado entre os músicos: Quem aprende música e sabe tocar, vai ser músico. Quem não sabe, vai ser crítico.
12. Fuja – fuja correndo – de perto dos intelectuais verdadeiros. Eles, somente eles, podem descobrir que você é apenas um bocó metido a besta.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Discussões, verdades e o Caminho...
quinta-feira, 22 de março de 2012
Escalar árvores ou sentar no ramos
José estava sentado firmemente no seu galho na árvore. Este era grosso, confiável e perfeito para servir de assento. Era tão forte que não tremia com as tempestades, nem se agitava quando os ventos sopravam. Aquele ramo era previsível e sólido e José não tinha intenção de deixá-lo.
Isso até que lhe ordenaram que subisse num outro ramo.
Sentado a salvo em seu ramo, ele olhou para aquele que Deus queria que subisse. Jamais vira outro tão fino! "Esse não é lugar para um homem ir!" disse consigo mesmo. "Não há lugar para sentar. Não há proteção das intempéries. E como seria possível dormir pendurado nesse galhinho vacilante?" Ele recuou um pouco, apoiou-se no tronco e pensou na situação.
O bom senso lhe dizia que não subisse no galho. "Concebido pelo Espírito Santo? Pense bem!"
A autodefesa lhe dizia para não fazer isso. "Quem vai acreditar em mim? O que nossas famílias vão pensar?"
A conveniência o aconselhava a não fazê-lo. "Bem quando eu esperava estabelecer-me e criar uma família."
O orgulho lhe recomendava o mesmo. "Se ela pensa que vou acreditar numa história dessas..."
Mas Deus lhe dissera para fazer isso, sendo essa a sua preocupação.
A idéia o aborrecia porque estava feliz na situação presente. A vida perto do tronco era boa. O seu ramo era suficientemente grande para permitir que ficasse confortável. Ele estava próximo a inúmeros outros sentadores em galhos fizera algumas contribuições válidas para a comunidade de árvores. Afinal de contas, não visitava regularmente os doentes no Centro Médico do Ramo Norte? Não era ele também o melhor tenor no Coral do Arvoredo? E o que dizer da aula que dava sobre herança religiosa, com o título apropriado de "Nossa Arvore Genealógica"? Deus certamente não ia querer que deixasse tudo isso. Ele tinha... bem, poderia ter dito que tinha raízes no lugar.
Além disso ele conhecia o tipo de sujeito que se atira a uma aventura sozinho. Radical. Extremista. Liberal. Sempre se excedendo. Sempre agitando as folhas. Sujeitos com a cabeça cheia de idéias estranhas, procurando frutas estranhas. Os que são estáveis são aqueles que sabem como ficar perto de casa e deixar as coisas correrem.
Acho que alguns de vocês compreendem José. Sabem como ele se sente, não é? Já estiveram ali. Você sorri porque já foi também chamado para arriscar-se e subir em outro galho. Conhece o desequilíbrio gerado quando tenta manter um pé na sua própria vontade e outro na dele. Você também enfiou as unhas na casca da árvore para segurar-se melhor. Você conhece muito bem as borboletas que voam na boca de seu estômago quando percebe que há mudanças no ar.
Qualquer que seja a natureza do chamado, as conseqüências são as mesmas: guerra civil. Embora seu coração possa dizer sim, seus pés dizem não. As desculpas surgem como folhas douradas quando sopra um vento de outono. "Essa não é a minha área." "É hora de outro tomar a responsabilidade." "Não agora. Faço isso amanhã"
Mas eventualmente você acaba contemplando uma árvore nua e uma escolha difícil: A vontade dele ou a sua?
José escolheu a dele. Afinal de contas, era realmente a única opção. José sabia que a única coisa pior do que uma aventura no desconhecido era a idéia de negar seu Mestre. Resoluto então, ele agarrou o ramo menor. Com os lábios apertados e um olhar decidido, colocou uma mão na frente da outra até que ficou balançando no ar com apenas a sua fé em Deus como uma rede protetora.
Conforme o desenrolar dos acontecimentos, os temores de José foram justificados. A vida não se mostrou mais tão confortável quanto antes. O galho que agarrou era de fato bem fino: o Messias deveria nascer de Maria e ser criado em sua casa. Ele tomou banhos frios durante nove meses para que o nenê pudesse nascer de uma virgem. Ele teve de empurrar as ovelhas e limpar o chão sujo para que sua mulher tivesse um lugar para dar à luz. Ele se tornou um fugitivo da lei. Passou dois anos tentando aprender egípcio. Houve ocasiões em que esse ramo deve ter balançado furiosamente ao sabor do vento. Mas José apenas fechou os olhos e continuou firme.
Você pode estar, no entanto, certo de uma coisa. Ele jamais se arrependeu. A recompensa de sua coragem foi doce. Um só olhar para a face celestial daquela criança e ele teria feito tudo de novo num momento.
Você já foi chamado a aventurar-se por Deus? Fique certo de que não vai ser fácil. Subir em galhos nunca foi fácil. Pergunte a José. Ou, melhor ainda, pergunte a Jesus.
Ele sabe melhor do que ninguém quanto custa ser pendurado num madeiro...
terça-feira, 20 de março de 2012
Nem Deus socorre Dawkins
(Em português, o título original seria Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida)
O episódio vale mais a pena como anedota. Sim, o reverendo Fraser tem um bom argumento quanto à identificação entre boa memória para livros e filiação religiosa (ou "científica"), mas essa foi apenas uma das muitas perguntas da pesquisa. O conjunto de dados é bem sombrio, para o leitor que se considera cristão. Mas não é surpreendente, porque a mesma coisa acontece aqui no Brasil. Que objeções o reverendo Fraser poderia levantar ao dado de que boa parte dos autodeclarados cristãos não reza, não vai à igreja (exceto em casamentos, funerais, batizados, e quem sabe na Páscoa e no Natal, como na piada dos esquilos), e nem mesmo crê na divindade de Cristo e na sua ressurreição física?
Só lamento que não haja na pesquisa (pelo menos no que foi publicado até agora) questões sobre como os autodeclarados cristãos veem temas de ciência e fé. Espero que esse conteúdo esteja nas 20 questões cujas respostas a fundação promete publicar em um futuro próximo.
Marcio Campos, extraído da coluna Tubo de Ensaio, do jornal Gazeta do Povo