sábado, 30 de julho de 2011

Chega de boa intenção...

Hoje está na moda ser filantrópico. Ou pelo menos parecer ser.
Tanto se fala em alimentar os pobres, mas tantos continuam desnutridos. Creio que os esforços não são suficientes. Tantas campanhas, tantas doações e ainda tanto a fazer. Segundo pesquisas do IBGE, cerca de 14 milhões de pessoas passam fome no Brasil.
Será que não podemos fazer algo? Será que quando dizemos “não posso”, na verdade não queremos dizer “não quero”?
Igrejas, associações, ONGs. Estamos rodeados de pessoas que estão se preocupando com isso e tendo mais que boa vontade: estão tendo atitude.
Passamos anos de nossa vida ou vindo um ditado absurdo:
“não dê o peixe, ensine a pescar”.
Pode ser profundo para a sabedoria popular, mas não condiz com o pensamento cristão!
Já dizia Tomás de Aquino:
''quem está morrendo de fome deve ser alimentado, e não ensinado''.
Como ensinar quem não consegue se concentrar, por se sentir fraco, por não ter o que comer? Quantos estudos existem, provando que pessoas subnutridas tem déficit de aprendizado? É tão difícil compreender isso?
Claro. Ensine a pescar, diz o capitalismo, porque então você terá lucro com o trabalho, ao invés de apenas ter gasto alimentando o pobre. Fale das vantagens de investir em estudos, quando a criança apenas pensa na escola por causa da merenda. Merenda que, para vergonha nossa como brasileiros, muitas vezes é desviada e apodrece em barracões.
Hoje eu me revolto com as pessoas que se dizem cristãs e não se importam com isso...

Um dos maiores milagres de Jesus, que foi repetido por ele, foi a multiplicação dos pães e peixes. Jesus compadeceu-se dessas pessoas, e quando os discípulos apenas se preocuparam em dispensar as pessoas, Jesus confiou no Pai para ajuda-lo a alimentar os famintos. Ele não deu uma palestra sobre como tornar-se empregável, como conseguir um emprego dos seus sonhos. Não deu técnicas de como passar em uma entrevista e como se vestir para o emprego. Deus viu a intenção do coração de seu Filho e proporcionou o alimento para aproximadamente cinco mil pessoas, com apenas cinco pães e dois peixes.
Dizemos que não podemos matar a fome do mundo, mas não contribuímos com nem mesmo um quilo de alimento para ajudar os necessitados. Justificamos nossa negligência com o triste ditado já citado e comentamos sobre a falta do governo a respeito disso. Como é fácil falar sobre a fome, quando temos comida em nossa mesa...
É isso que eu sinto nesse momento. Sei que posso fazer muito mais. Sei que posso mudar, não o mundo, mas a realidade de algumas pessoas. O que falta é todo esse discurso, pronto, formatado, na ponta da língua, ser transformado em ação. Ação transformadora, que leve mudança à vida das pessoas carentes ao nosso redor.
“Ah, mas eu não tenho pessoas carentes perto de mim...” Ok, isso pode ser um fato, não uma desculpa. O conselho é: tome uma boa dose de realidade. Pense em como deve ser dormir com dor na barriga, por causa da fome. Em acordar pela manhã, com fraqueza a ponto de não ter ânimo de sair da cama. Levantar com tristeza, por não saber o que colocar na mesa para seus filhos, que olham para você com um resto de esperança no olhar. Uma esperança que ainda não foi consumida pela fome.
Pense nisso e passe em um supermercado. Compre uma cesta básica e leve a uma instituição séria. Creia que isso já vai fazer uma tremenda diferença na vida de alguém. Esqueça outro ditado: “uma andorinha só não faz verão”.
Mais do que uma andorinha, pense que para a família que receberá o alimento você será um anjo enviado por Deus. Basta tomar uma atitude...
Eu pretendo tomar...

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