quarta-feira, 23 de junho de 2010

O merchandising de Juca Kfouri contra Kaká

Durante uma entrevista concecida ao repórter André Kfouri, filho do cronista esportivo Juca Kfouri, Kaká desabafou:
“Há algum tempo os canhões do seu pai são disparados contra mim. A artilharia dele está voltada contra mim. Eu queria aproveitar a pergunta para responder às críticas que ele vem fazendo, e o que me deixa triste é que o problema dele comigo não é profissional, mas porque ele não aceita minha religião. Porque eu sou uma pessoa que segue Jesus Cristo. Eu o respeito como ateu, e gostaria que ele me respeitasse como [seguidor de] Jesus Cristo, como alguém que professa a fé em Jesus Cristo. Não só a mim, mas a todos os milhões de brasileiros que acreditam em Jesus Cristo”.



O jornalista paulista contra-atacou:
“Kaká se engana e enfiou Jesus onde Jesus não foi chamado. Critico sim o merchandising religioso que ele e outros jogadores da Seleção costumam fazer, tentando nos enfiar suas crenças goela abaixo. Um tal exagero que a Fifa tratou de proibir, depois do que houve na comemoração da Copa das Confederações. Mas não abri bateria alguma contra ele, provavelmente mal assessorado, tanto que o considerei o melhor em campo no jogo contra Costa do Marfim. Apenas noticiei que ele sofre com seu púbis e há quem avalie que isso o levará a encerrar a carreira prematuramente”.

A queixa de Kaká é legítima.
Juca não separa o futebol de Kaká da sua religião, sobretudo por sua filiação à Igreja Renascer, a partir do lamentável episódio dos dólares levados na Bíblia para os Estados Unidos. Infelizmente, o casal Hernandez jamais pediu perdão publicamente por seu erro. Á época, Kaká respondeu que o ato deles era uma responsabilidade deles.
Acontece que Kaká é grato a Hernandez pelo que fez por ele, quando era ainda um menino. A gratidão não termina por causa de um deslize do amigo.
Mais ainda: Kaká é um seguidor de Jesus Cristo e todos os seus gestos acabarão "traindo" a sua fé. Para uns, no entanto, isto é inaceitável.
A mesma crítica não vale para todos. José Saramago sempre teve amplo espaço para seus ataques a Deus, promovendo com isto os seus livros, mas isto não era merchandising.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO
www.prazerdapalavra.com.br

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